João Baptista Herkenhoff - http://www.jbherkenhoff.com.br/
Dez de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Catorze de dezembro, Dia do Ministério Público. Há um liame entre estas datas.
Dez de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Catorze de dezembro, Dia do Ministério Público. Há um liame entre estas datas.
A luta pelos Direitos Humanos deixou de ter o caráter solitário de outrora. Os que se engajam nesta causa já não recebem a etiqueta de “subversivo” ou “protetor de bandidos”.
Comissões de Direitos Humanos ligadas às OABs, Igrejas, Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais, movimentos populares multiplicam-se pelo país.
A ideia de Direitos Humanos é fundamental para a vida brasileira de hoje. Negações de humanismo estão presentes no cotidiano. Mas a essas negações contrapõem-se afirmações, dialeticamente. Crianças perambulam pelas ruas sem pão e sem teto e são assassinadas. Mas essas mesmas crianças lutam pela própria Humanidade através do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua.
Filósofos, profetas, gente anônima do povo, de todos os Continentes, de épocas as mais recuadas contribuíram para a formação deste patrimônio da cultura humana que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tentou corporificar. Há um “núcleo comum universal” de Direitos Humanos, que corresponde aos “universais linguísticos” descobertos por Chomsky, na Linguística.
Diz a Constituição Federal, no artigo 127, que o Ministério Público é “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.”
Jorge Alberto de Oliveira Marum, num tomo alentado, demonstra cabalmente que está na essência da instituição Ministério Público a defesa e a promoção dos Direitos Humanos.
Se ocorre violação de qualquer Direito Humano o endereço seguro para um cidadão ou uma entidade buscar socorro é o Ministério Público.
No Brasil, o Ministério Público saiu bastante fortalecido no bojo da Constituição de 1988. Dentro do movimento histórico que pedia Democracia, soou o pleito para que houvesse instituições nacionais hábeis a garantir a vigência dos postulados democráticos. Uma das respostas a esse pleito foi a configuração de um Ministério Público atuante, independente, ágil, com amplo leque de atribuições em defesa do bem comum.
O país enfrenta inúmeros problemas. Há que se eliminar a fome, há que se exigir lisura no trato do dinheiro público, há que se privilegiar nas políticas governamentais educação e saúde para todos sem exceção, há que se distribuir universalmente o direito de ser gente.
Isto é a Utopia. Mas nós podemos construir a Utopia. E o Ministério Público tem um papel relevante nessa construção.
João Baptista Herkenhoff, magistrado aposentado, é professor da Faculdade Estácio de Sá do Espírito Santo e escritor. Acaba de publicar Curso de Direitos Humanos (Editora Santuário Aparecida, SP). E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
Homepage: www.jbherkenhoff.com.br
É livre a divulgação deste artigo, por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário