Por João Baptista Herkenhoff
Ainda
estamos no Tempo Pascal, pois que este se estende por cincoenta dias após o
Domingo de Páscoa. A celebração pascoal não se limita à Igreja Católica. Muitas
outras Igrejas Cristãs, nesta quadra do ano, também se debruçam à face do
Cristo Ressuscitado e proclamam o Aleluia. Na liturgia católica, usa-se o Círio
Pascal em todas as Missas durante esse tempo litúrgico. Nas ordens religiosas
que prescrevem rigoroso jejum como hábito de vida, levantam-se as regras
penitenciais durante o Tempo Pascal, pois que este é um tempo de ânimo forte e
alegria. Contribuindo para avivar ainda mais o clima religioso desse tempo
litúrgico celebra-se, no Estado do Espírito Santo, na oitava da Páscoa, a Festa
da Penha. É um evento do qual participam peregrinos de todo o país.
Por
todas estas razões, o calendário mostra-se propício para que nos lembremos de
um Bispo e falemos de um livro póstumo que contém seus ensinamentos.
O
Bispo é Dom Luís Gonzaga Fernandes. O livro que vamos comentar tem este título:
“A palavra é filha do silêncio”.
Dom
Luís Gonzaga Fernandes exerceu seu pastoreio na Arquidiocese de Vitória do
Espírito Santo, ao lado de Dom João Batista da Motta e Albuquerque.
Foi
ele, com apoio de Dom João, o principal artífice de nossas comunidades eclesiais
de base. Tratava-se de um projeto de Igreja a partir do povo, uma Igreja que
voltava aos primeiros tempos do Cristianismo, quando não havia nem templos, nem
altares, conforme demonstra Michel Green (Evangelismo na Igreja Primitiva). Graças
principalmente a Dom Luís Gonzaga Fernandes, as CEBs construídas na
Arquidiocese de Vitória espalharam-se pelo Brasil, América Latina e alcançaram
a Europa.
Depois
de exercer seu ministério em Vitória, Dom Luís Gonzaga Fernandes foi
transferido para Campina Grande, sua terra natal. A Bíblia diz que os profetas
só não têm honra na própria terra natal e no meio dos conhecidos de infância.
Campina
Grande, entretanto, não emudeceu o profetismo do Bispo. O livro “A palavra é
filha do silêncio” prova este fato. Reúne páginas publicadas por Dom Luís na
imprensa de sua terra natal. Recebi o livro, como presente inestimável, das
mãos do Padre Alberto Fontana, que foi um grande colaborador de Dom Luís
Gonzaga Fernandes no seu pastoreio capixaba. A antologia dos escritos de Dom
Luís foi um meticuloso trabalho do Padre João Jorge Rietveld (83. 3343-4226),
cumprido em três etapas. A primeira foi o difícil resgate dos textos. A segunda
foi a seleção das produções avulsas que deveriam aglutinar a essência do
pensamento. A terceira e última etapa foi organizar tudo com esmero, de modo a
obter o magnífico resultado que foi alcançado.
João Baptista Herkenhoff, 76 anos, magistrado
aposentado, foi um dos fundadores da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese
de Vitória, por convocação de Dom Luís Gonzaga Fernandes. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br Homepage: www.jbherkenhoff.com.br
É livre a divulgação deste texto, por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.
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